Nota dos
Editores
AS FARC DECIDEM
CESSAR-FOGO UNILATERAL
O GOVERNO RECUSA
FISCALIZAÇÃO DA ONU
No dia 17 de Dezembro, o Estado Maior Central das FARC, em
comunicado emitido em Havana, sede dos Diálogos de Paz, decidiu «um cessar-
fogo unilateral indefinido».
A medida entraria em vigor no dia 20 e o fim das hostilidades
deveria ser fiscalizado pela ONU, pela UNASUL, pela CELAC, e pela Universidade
Nacional da Colômbia, pela Igreja Católica e outras organizações nacionais que
manifestaram imediatamente a sua disponibilidade para o cumprimento dessa
tarefa.
As FARC viam no cessar-fogo unilateral o prólogo de um armistício.
Mas no dia imediato, o governo do presidente Juan Manuel Santos
informou que as operações militares em curso prosseguiriam. Somente aceitaria o
cessar-fogo anunciado pelas FARC se ele fosse fiscalizado pelas autoridades oficiais.
Recusou liminarmente a participação da ONU e das demais organizações
internacionais e nacionais.
Em Havana, um porta-voz das FARC, o comandante Lozano,
lamentando a atitude do governo, esclareceu que a guerrilha comunista manterá a
decisão tomada de cessar-fogo, mas esclareceu que as suas forças, se atacadas. reagirão
pelas armas defensivamente.
O comunicado do governo é, como habitualmente, ambíguo.
Embora considere positivo o gesto do Estado Maior Central das FARC, afirma que não
suspenderá as operações militares «para
garantir e proteger os direitos dos colombianos».
A má-fé de Juan Manuel Santos é transparente.
Ao desejo de paz da esmagadora maioria do povo colombiano, responde,
sob pressão do Exercito e de Washington, com a continuação da guerra.
OS EDITORES DE O DIÁRIO.INFO
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