A REELEIÇÃO DE DILMA
NOTA DOS EDITORES
Dilma Rousseff tomará posse para governar o Brasil durante mais
quatro anos a 1 de Janeiro de 2015.
Foi a eleição mais acirrada de sempre. Dilma obteve 54,5 milhões
de votos (51,64%) e Aécio Neves 51,041 milhões (48,36%).
A presidente venceu nos estados do Nordeste e Norte, beneficiados
pela sua política assistencialista, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Aécio, um neoliberal mascarado de social democrata, ganhou no
Sul e Sudeste, incluindo São Paulo, motor da economia brasileira. Contou com o
apoio dos EUA, da banca, do capital estrangeiro, dos grandes empresários e de
da maioria da classe média.
A campanha eleitoral caracterizou se pelo baixo nível do debate
politico, marcado por troca de insultos entre os candidatos. A participação de
Lula no apoio à presidente chamou a atenção pelo tom populista e grosseiro das
suas intervenções.
No discurso da vitória, Dilma pediu a união dos brasileiros,
prometeu reformas profundas, «mudança». Assumiu compromissos que, tal como no primeiro mandato, não
cumprirá. O seu partido, a PT, foi menos votado em 15 estados do que na eleição
de 2010; somente elegeu 5 governadores nos 27 Estados do país.
Dilma vai enfrentar um Congresso mais desfavorável do que o
anterior, o que a obrigará a fazer grandes concessões a partidos que não a
apoiaram.
Na opinião da maioria dos observadores, o futuro governo
realizará uma política mais conservadora do que a do primeiro mandato.
A Reforma Agrária não avançará e a repressão que atinge em
diferentes estados o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra-MST aumentará com a
complacência do governo federal.
Na política externa é previsível uma acentuada guinada à
direita. Dilma tudo fará para melhorar as relações com os Estados Unidos e
outras potências imperialistas, distanciando-se de Cuba e dos governos
progressistas da Venezuela bolivariana e da Bolívia. A revisão da política internacional
atingirá também a participação do Brasil nos BRICS e em organizações de
integração latino-americana como a ALBA, a UNASUL e a CELAC.
O apelo de ontem à união do povo brasileiro, puramente retórico,
não será ouvido.
O Brasil entrou em recessão. O PIB cai, a desigualdade social
cresce, a inflação sobe. Os escândalos – sobretudo o da Petrobras- suscitam a
indignação popular. A corrupção no aparelho de estado alastra. O Pais está mergulhado
num lamaçal.
Tudo indica que as manifestações do descontentamento
popular, que atingiram grande amplitude em Junho e Julho, se ampliarão no
próximo ano.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO
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