Nota
dos Editores
O
ASSALTO À RAZÃO EM PORTUGAL
A
comunicação ao país do Primeiro-ministro, no dia 3 de Maio, empurrou ainda mais
Portugal para a beira do abismo. O conteúdo da mensagem confirma a irresponsabilidade,
a incompetência, a irracionalidade da estratégia do bando que exerce o Poder.
Agora
o governo pretende despedir numa primeira fase mais 50 OOO trabalhadores da Função
Pública, quer mediante «rescisões amigáveis», quer através do mecanismo das «requalificações»,
novo rótulo da engrenagem da «mobilidade especial».
A idade
da reforma sem penalização sobe para os 66 anos, aumenta o imposto intitulado
«taxa de solidariedade», aumenta o horário de trabalho do sector público para
40 horas, o desconto para os subsistemas de saúde, e as Forças Armadas, a GNR e
a PSP são também duramente golpeadas.
O
resto do pacote será conhecido dentro de dias quando o governo informar os chamados
«parceiros sociais» de novos cortes.
Afirma
Passos, em nome do seu Ministério, que procura,
como porta-voz da troika, o consenso social para levar adiante a sua política
devastadora.
A arrogância
e hipocrisia são tamanhas que até destacadas personalidades do patronato se
demarcam de uma política que configura um autêntico assalto à razão.
«Pode
um homem sozinho dar cabo de um país?
Ao
responder afirmativamente à pergunta, Miguel Sousa Tavares, em artigo publicado
no semanário «Expresso» conclui que «este governo vai rebentar, tem de
rebentar». A opinião, emitida por um influente jornalista de direita, expressa
bem o medo de uma explosão social que se instalou num amplo sector da classe
dominante.
A política
de Passos-Gaspar apresenta já matizes fascizantes. E o governo não pode hoje
como durante a ditadura de Salazar e Caetano contar com as forças armadas para desencadear
uma repressão massiva.
No próprio
governo as fissuras são já inocultáveis. Alguns ministros receiam que a
indignação dos trabalhadores e pensionistas transcenda o âmbito das
manifestações de protesto e desemboque num levantamento popular.
Esse
temor tem fundamento.
A
concentração do dia 25 de Maio, em Belém, contribuirá para desmascarar a cumplicidade
do Presidente da República com os inimigos do povo português.
Cabe
as massas assumirem-se como sujeito da História e pôr fim ao governo fascizante
que ocupa o Poder.
OS
EDITORES DE ODIARIO.INFO
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