Nota dos Editores DE ODIARIO.INFO
UCRANIA: O DILEMA DE UMA CRISE
Na Ucrânia, a crise, longe se encaminhar para um
desfecho positivo, tende a agravar-se.
Os EUA e a União Europeia, que incentivaram e
financiaram o golpe de Estado de Maidan, apoiam o governo ilegítimo instalado
em Kiev e os partidos fascistas que o controlam.
Desde o fim do III Reich que o fascismo não atuava
na Europa com tanta arrogância. No Parlamento deputados comunistas são
agredidos; bandos armados espancam juízes sem que a polícia intervenha; na
Galitzia católica a violência contra moradores russos entrou no quotidiano.
No Leste do país, a situação é explosiva,
nomeadamente nas cidades de Donetsk, Lugansk e Kharkov.
Desesperados com as medidas repressivas das
autoridades locais, ativistas russófonos armados ocuparam edifícios públicos
nas principais cidades e ergueram barricadas em frente. O governo transitório
de Kiev ameaça recorrer às armas para os desalojar.
Os muitos milhões de russos e russofonos do Leste
ucraniano temem o avanço do fascismo.
Em campanha de desinformação mundial, Washington e
os governos da União Europeia e o secretário-geral da Nato acusam a Rússia de
preparar uma intervenção militar na Região. Mentem.
Sergei Lavrov,o ministro dos Negócios Estrangeiros
russo desmentiu esses boatos e tem repetido múltiplas vezes que cabe aos
ucranianos normalizar a situação criada no país pelo golpe de estado e esclarece que a Rússia condena qualquer
tentativa exterior de ingerência nos problemas internos da Ucrânia.
Putin tem atuado, desde o início da crise, com
muita serenidade e prudência. Está consciente da incompatibilidade dos
interesses nacionais da Rússia, no âmbito do capitalismo, com a estratégia de
dominação mundial dos EUA. Mas evita dar pretextos ao imperialismo para
provocações.
Os apelos dos russófonos do Leste da Ucrania,
desejosos da sua futura integração na Russia, estão a criar uma situação
dilemática em que todas as saídas aparentes são negativas.
Os governos ocidentais omitem uma realidade que não
ignoram.Nos Oblast (grandes distritos regionais) que defendem a secessão, além
da minoria russa residente, milhões de pessoas nascidas nesses territórios não
somente são russofonas como se assumem como moldadas pela cultura russa. Cabe
recordar que mesmo em Kiev, antes da desagregação da URSS, o russo era a língua
utilizada no ensino universitário.
Conhecedores da complexidade da crise, Obama e os
seus aliados europeus tudo fazem para dificultar a posição de Putin.
Não ignoram que o dirigente russo é favorável a uma
solução federal para a Ucrânia, que garanta ampla autonomia aos oblast do
Leste. Defende a saída pacífica, opondo-se a qualquer tipo de intervenção
militar.
Obama sabe que uma espiral de violência que atinja
os russofonos nesses Oblast suscitaria uma vaga de indignação na Rússia. Por
isso mesmo incentiva Kiev à repressão.
A agressividade dos partidos e organizações
fascistas ucranianos não preocupa minimamente o presidente dos EUA. Nas últimas
semanas, imitando George Bush filho, passou a invocar com muita frequência
Deus, vendo nele um aliado do povo norte-americano, destinado pelo senhor a
salvar a Humanidade. A sua hipocrisia reflete bem a estratégia do imperialismo.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO
No hay comentarios:
Publicar un comentario