6 de Março 2014
Não se pode
governar contra o povo
NOTA DOS EDITORES DE ODIARIO.INFO
Quinta-feira
6 de Março, Lisboa foi palco de mais uma importante jornada de luta contra a
desastrosa política antipopular e de capitulação nacional levada a cabo pelo
Governo PSD/CDS em aliança com a troika estrangeira da União Europeia com Fundo
Monetário Internacional.
Porém os protagonistas desta jornada de luta foram
as próprias forças de segurança que, através da Comissão
Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das
Forças e Serviços de Segurança, convocaram para esta data uma manifestação conjunta e
nacional.
A manifestação iniciou-se cerca das 19.00 horas num
longo desfile que do centro da cidade se dirigiu para a Assembleia da
República, aí se concentrando a partir das 20.00 horas. A massa de
manifestantes, estimada em duas dezenas de milhares(as organizações sindicais
falam em 12 000,ou cerca de 30% dos efectivos de segurança, a maior
manifestação de sempre dos corpos de polícia) era
aguardada por um forte contingente de muitas centenas de efetivos de corpos
especiais da polícia e forças militarizadas de reserva.
A propósito, foi alimentado por comentadores e
pelos media um clima de tensão, fazendo eco de uma outra manifestação de forças
policiais realizada em 21 de Novembro passado, também frente à Assembleia da
República, em que os manifestantes derrubaram barreiras e subiram a
escadaria exterior do edifício. Acontecimento que foi então objeto de
dramatização e de acção disciplinar sobre alguns dirigentes e efectivos.
Desta vez tratou-se da uma manifestação conjunta de
seis corpos de natureza policial e segurança, e a multidão de manifestantes
mais heterogénea e numerosa. Vencendo os medos insidiosamente alimentados e as
tentativas de impulsos aventureiristas, a manifestação decorreu sem incidentes
graves, não obstante a veemente indignação e expressão reivindicativa dos
manifestantes.
A acção moderadora dos dirigentes sindicais e
associativos, e bem assim o respeito e solidariedade subjacente entre os dois
lados das forças de segurança colocadas em confronto, permitiram que a
manifestação atingisse um nível de protesto e luta ainda mais elevado.
Enquanto isso, a Comissão Coordenadora Permanente
dos Sindicatos e Associações dos Profissionais era recebida pela Presidente da Assembleia da
República, a quem foram explicitadas e entregues as razões e as reivindicações
dos manifestantes.
No essencial, as forças policiais e de segurança
têm sido agredidas e sacrificadas - à semelhança da função pública e dos
trabalhadores do sector privado - por brutal ofensiva antilaboral, redução de
salários e de prestações sociais, para além de se confrontarem com a crescente
exiguidade de meios de trabalho no cumprimento das suas missões.
As forças policiais e de segurança, que
inerentemente têm uma sensibilidade acrescida no que toca à segurança pública e
à soberania do país, mostram partilhar com a generalidade do povo trabalhador a
indignação e o inconformismo contra as políticas antissociais e antinacionais
que o Governo vem impondo ao país.
Políticas altamente penalizadoras e completamente
descredibilizadas. O governo não conta com o povo. Poderá governar contra ele?
Até quando?
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO
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