Portada de antigua versión de Revista Libre Pensamiento

jueves, 31 de octubre de 2013

Novo jogo, nova obsessão, novo inimigo – agora é a China

Novo jogo, nova obsessão, novo inimigo – agora é a China
por John Pilger

Países são "peças num jogo de xadrez sobre o qual está a ser efectuado um grande jogo para a dominação do mundo", escreveu Lord Curzon, vice-rei da Índia, em 1898. Nada mudou. O massacre no centro comercial em Nairobi foi uma fachada sangrenta por trás da qual uma invasão em grande escala da África e uma guerra na Ásia constituem o grande jogo.

Os assassinos do centro comercial al-Shabaab vieram da Somália. Se algum país é uma metáfora, este é a Somália. Partilhando uma língua e religião comuns, os somalis foram divididos entre os britânicos, franceses, italianos e etíopes. Dezenas de milhares de pessoas foram passadas de uma potência para outra. "Quando se faz com que se odeiem entre si", escreveu um responsável colonial britânico, "a boa governação está assegurada". 

Hoje, a Somália é um parque temático (theme park) de divisões artificiais brutais, um país há muito empobrecido pelos programas de "ajustamento estrutural" do Banco Mundial e FMI e saturado de armas modernas, nomeadamente aquela da preferência pessoal do presidente Obama: o drone. O único governo estável somali, o dos Tribunais Islâmicos, era "bem aceite pelo povo nas áreas que controlava", relata o US Congressional Research Service, "[mas] recebia cobertura negativa da imprensa, especialmente no Ocidente". Obama esmagou-o e, em Janeiro, Hillary Clinton, então secretária de Estado, apresentou o seu homem ao mundo. "A Somália permanecerá grata pelo apoio resoluto do governo dos Estados Unidos", rejubilou-se o presidente Hassan Mohamud, "obrigado América". 

A atrocidade do centro comercial foi uma resposta a isto – assim como o ataque às Torres Gémeas e as bombas de Londres foram reacções explícitas à invasão e injustiça [NR]. Outrora de pouca mportância, agora o jihadismo marcha em uníssono com o retorno do imperialismo descarado.

Desde que em 2011 a NATO reduziu a Líbia moderna a um estado hobbesiano, os últimos obstáculos para [o avanço sobre] a África caíram. "Disputas por energia, minerais e terra fértil provavelmente ocorrerão com intensidade crescente", relatam planeadores do Ministério da Defesa. Eles prevêem "números elevados de baixas civis", portanto "percepções de legitimidade moral serão importantes para o êxito". Sensível ao problema de RP de invadir um continente, o mamute das armas, a BAE Systems, juntamente com o Barclay Capital e a BP advertem que "o governo deveria definir sua missão internacional como administradores de risco em nome dos cidadãos britânicos". O cinismo é letal. Governos britânicos são reiteradamente advertidos, nada menos que pelo comité de inteligência e segurança parlamentar, que aventuras estrangeiras chamam por retaliações em casa. 


Com o mínimo de interesse dos media, o US African Command (Africom) instalou tropas em 35 países africanos, estabelecendo uma rede familiar de pedintes autoritários ansiosos por subornos e armamentos. Em jogo de guerra, uma doutrina "soldado por soldado" embebe oficiais dos EUA em todos os níveis de comando, desde o general até o primeiro-sargento. Os britânicos fizeram o mesmo na Índia. É como se a orgulhosa história de libertação da África, desde Patrice Lumumba até Nelson Mandela, fosse remetida ao esquecimento pelos mestres de uma nova elite colonial negra cuja "missão histórica", advertiu Frantz Fanon meio século atrás, é a subjugação do seu próprio povo para a causa de "um capitalismo desenfreado embora camuflado". A referência também é adequada ao Filho da África na Casa Branca.

Para Obama, há uma causa mais premente – a China. A África é a história de êxito da China. Onde os americanos trazem drones, os chineses constroem estradas, pontes e barragens. O que os chineses querem é recursos, especialmente combustíveis fósseis. O bombardeamento da Líbia pela NATO expulsou 30 mil trabalhadores chineses da indústria petrolífera. Mais do que o jihadismo ou o Irão, a China é agora a obsessão de Washington na África e para além dela. Isto é uma "política" como o "eixo para a Ásia", cuja ameaça de guerra mundial pode ser tão grande como qualquer outra na era moderna. 

A reunião desta semana em Tóquio do secretário de Estado John Kerry e o secretário da Defesa Chuck Hagel com os seus homólogos japoneses acelerou a perspectiva de guerra com o novo rival imperial. Sessenta por cento das forças navais dos EUA estão para serem baseadas na Ásia em 2020, tendo a China como objectivo. O Japão está a rearmar-se rapidamente sob o governo de direita do primeiro-ministro Shinzo Abe, que chegou ao poder em Dezembro com uma promessa de construir uma "nova e forte força militar" e contornar a "constituição pacífica". Um sistema de mísseis anti-balísticos dos EUA e Japão, próximo de Quioto, é dirigido à China. Utilizando drones Global Hawk de longo alcance, os EUA aumentaram drasticamente suas provocações nos mares a Leste e ao Sul da China, onde Japão e China disputam a propriedade das ilhas Senkaku/Diaoyu. Aviões avançados de descolagem vertical agora estão instalados no Japão; o seu propósito é a guerra relâmpago (blitzkrieg). 

Na ilha de Guam, no Pacífico, a partir da qual os B-52s atacavam o Vietname, a maior acumulação militar desde as guerras da Indochina inclui 9.000 Fuzileiros Navais dos EUA. Na Austrália esta semana, uma feira de armas e um festival (jamboree) militar que divertiu grande parte de Sidney, está em consonância com uma campanha de propaganda do governo para justificar uma acumulação militar sem precedentes desde Perth até Darwin, destinada à China. A vasta base estado-unidense em Pine Gap, próxima de Alice Springs, é, como revelou Edward Snowden, um centro de espionagem dos EUA na região e para além dela; e também crítico para os assassinatos de Obama à escala mundial através de drones. 

"Temos de informar os britânicos para mantê-los do nosso lado", disse certa vez um secretário de Estado assistente dos EUA, McGeorge Bundy, [ao passo que] "vocês na Austrália estão connosco, aconteça o que acontecer". Forças australianas desde há muito desempenham um papel mercenário para Washington. Contudo, há uma dificuldade. A China é a maior parceira comercial da Austrália e em grande parte foi graças a ela que a Austrália escapou à recessão de 2008. Sem a China, não haveria boom de minérios: nenhum rendimento mineiro de mais de mil milhões de dólares por semana. 

Os perigos que isto apresenta raramente são debatidos em público na Austrália, onde o patrão do primeiro-ministro Tony Abbott, Rupert Murdoch, controla 70 por cento da imprensa. Ocasionalmente, manifesta-se ansiedade sobre a "opção" que os EUA querem que a Austrália faça. Um relatório do Australian Strategic Policy Institute adverte que quaisquer planos dos EUA para atacar a China envolveriam "cegar" a vigilância chinesa, seus sistemas de inteligência e comando. Isto "consequentemente aumentaria as possibilidade de antecipação nuclear chinesa... e uma série de erros de cálculo de ambos os lados se Pequim perceber ataques convencionais à sua terra natal como uma tentativa de desarmar sua capacidade nuclear". 

No seu discurso ao país do mês passado, Obama disse: "O que torna a América diferente, o que nos torna excepcionais, é que nos dedicamos a actuar".
-----
[NR] É altamente contestável que o ataque do 11/Set tenha sido uma reacção à "invasão e injustiça". Este ataque pode ser comparado com o incêndio do Reichstag (ateado por ordem de Göring em 1933 a fim de culpar os comunistas e justificar as medidas nazis de excepção que se seguiram). Sobre o 11/Set ver por exemplo Another Nineteen: Investigating Legitimate 9/11 Suspects , de Kevin Robert Ryan, 2013, Microbloom, 418p., ISBN 978-1489507839. 

O original encontra-se em 
johnpilger.com/articles/old-game-new-obsession-new-enemy-now-its-china 

Este artigo encontra-se em 
http://resistir.info/ .


Exempleado del FBI: Rusia y China pueden 'desactivar' EE.UU. con un solo clic

Flickr.com / RT

Exempleado del FBI: Rusia y China pueden 'desactivar' EE.UU. con un solo clic

Publicado: 31 oct 2013 | 7:24 GMT Última actualización: 31 oct 2013 | 7:24 GMT

Rusia y China son el mayor peligro para la seguridad cibernética de EE.UU., según el exespecialista en ciberterrorismo del FBI Michael Vatis.

La mayor amenaza proviene de Pekín, asegura Vatis en una entrevista exclusiva a la cadena Fox News que sale al aire este miércoles. "Los chinos tienen la capacidad real de socavar la economía de nuestro país. Poseen numerosas redes informativas en EE.UU. y tienen un acceso absoluto a ellas. Pueden recibir toda la información que necesitan gracias a ellas e incluso parar el funcionamiento de estos sistemas. Se trata de sistemas gubernamentales estratégicamente importantes, sistemas de defensa, algunas compañías tecnológicas claves, instituciones financieras", explicó.

En cuanto a Rusia, Vatis comentó que es otra amenaza muy grave. Sin embargo, destacó que por el momento Moscú tiene una postura más bien cautelosa y está concentrada más en los objetivos que considera importantes. "Después de 
las filtraciones de Snowden, mucho dependerá de la capacidad de nuestra nación para conseguir acuerdos con el resto del mundo. Todos juntos debemos determinar qué tipos de ataques cibernéticos deben limitarse estrictamente", opinó. 

Al mismo tiempo admitió: "Estamos ahora en un periodo muy difícil. El problema es que el resto del mundo nos considera hipócritas. Nos miran y dicen: 'EE.UU., están espiando a nuestros líderes, ¿quiénes son para discutir sobre la seguridad cibernética y métodos de protección?'".

Cabe recordar que los documentos filtrados por el exempleado de la CIA Edward Snowden revelaron la vigilancia de la Agencia de Seguridad Nacional de EE.UU. (NSA) tanto a ciudadanos estadounidenses como 
extranjeros, incluidos numerosos líderes nacionales. Países de América Latina y de Europa han expresado su indignación al respecto y han anunciado que están tomando medidas para evitar que tales prácticas se repitan.


Texto completo en: 

martes, 29 de octubre de 2013

USA, Brasil y Venezuela








¿Avanzamos patria?

¿Avanzamos patria?
Juan J. Paz y Miño Cepeda

EL TELÉGRAFO - Primer Diario Público

Ecuador, lunes 28 de octubre de 2013


Sobre bases objetivas de análisis, he sostenido que en 2007, con el gobierno de Rafael Correa, se inició un nuevo ciclo histórico en Ecuador, orientado por valores y principios identificados con los gobiernos de la nueva izquierda latinoamericana.

Este ciclo ha constituido una oportunidad inédita para alterar las bases del poder económico-político tradicional, pues se ha sustentado en un acumulado histórico de resistencias y luchas sociales que se expresaron como “revolución ciudadana”.

También observo que se están configurando dos fases. Durante la primera (2007-2013), fue posible acabar con el modelo empresarial de desarrollo (“neoliberal”); se superó el Estado de Partidos dominado por la “clase política”; se fortaleció la nueva institucionalidad estatal; se afirmó la democracia; y, gracias a importantes políticas sociales (educación, salud, seguridad social, etc.), se favoreció a amplios sectores populares, y se redujo significativamente la pobreza, el desempleo y el subempleo.

Pero es difícil calificar como “socialista” al régimen ecuatoriano, cuyo modelo de “economía social y solidaria”, está mucho más cercano al de “economía social de mercado” europeo, nacido en la segunda postguerra mundial.

En todo caso, las orientaciones y logros de esta fase, han bastado para despertar las reacciones de grupos dominantes del antiguo poder, opositores de derecha y de recalcitrantes izquierdas tradicionales.

Sin embargo, a partir de febrero 2013, coincidiendo con el nuevo período presidencial, está delineándose la segunda fase. Todavía hay continuidad en las líneas antes trazadas; pero también han aparecido una serie de nuevos síntomas: verticalismo partidista, “micropoderes” burocráticos, ciertas intemperancias e imposiciones gubernamentales, insatisfactorias políticas culturales, varios dogmatismos en política universitaria, el asunto Yasuní, acuerdo con Colombia sobre aspersiones fronterizas, propuestas para flexibilizar varios derechos laborales, cuestionadas normas penales (ej. médicos), visión presidencial sobre el tema del aborto, etc.

El gobierno ha sostenido sus propios criterios. Pero también han comenzado a acumularse sensibilidades y críticas de sectores ciudadanos que han mantenido esperanzas en la profundización de cambios que no deben postergarse, que tampoco pueden ser considerados necesariamente como “derechas”, “traidores”, “desleales” u “opositores”, y cuyas reacciones tienen alcances políticos todavía impredecibles.


Ausencia de un ideal

Ausencia de un ideal
Rómulo Pardo Silva


El ideal es un orientador de los actos propios y colectivos. Sin él solo se viven hechos, cosas, aislados.

Posiblemente hoy existe en gran parte del mundo la cohesión familiar que puede incluir amigos, el interés por el trabajo, la búsqueda de bienes y servicios determinados.

Pero falta la adhesión a un plan general con y para todos.

Hubo grandes unidades de pensamiento y pasión. Se perdieron, incluso las religiosas, al menos en Occidente.

Lo corriente es ir cada día tras lo cercano, pensar dentro de un límite estrecho.

Así es imposible construir la respuesta a los problemas actuales y futuros de sobrevivencia.

No basta pedir, exigir, cosas, cambios, justicias. Se necesita una propuesta ancha que incluya a todos los humanos en la naturaleza.

Sin ideales abstractos no existe la dirección que una y salve.   

miércoles, 23 de octubre de 2013

Banderas Rojas


EL TELÉGRAFO - Primer Diario Público

Ecuador, lunes 21 de octubre de 2013

Banderas Rojas

Juan J. Paz y Miño Cepeda


Un día como hoy, 21 de octubre, pero en el año 1794, aparecieron colgadas en las cruces de piedra que se han conservado en el centro histórico de Quito, unas banderas rojas con una inscripción en latín: por un lado decían “Liberi esto Felicitatem et gloriam consecuto”; y por el reverso, “Salva cruce”.

Entre varios historiadores se ha discutido si ese texto en latín estuvo correctamente escrito. O si, además, es fiel y completo. También se ha discutido su traducción. Lo más acertado parece ser: “Libres seremos con felicidad y gloria conseguidas.” “Salve Cruz”. Pero más importante en aquella época fue la idea que transmitieron esas palabras en latín sobre las banderas rojas: un cuestionamiento a la autoridad y una convocatoria para que, bajo el amparo de la cruz católica, el pueblo de Quito alcanzara su libertad, con la que se lograría, al mismo tiempo, felicidad y gloria.

La alarma de las autoridades explotó. Un desliz de Juan Pablo Chúshig, sacerdote hermano de Eugenio Chúshig, ambos apellidados como Espejo, contribuyó para descubrir a los posibles autores. Aunque fue torturado, el artesano Marcelino Pérez guardó silencio; también aparece comprometido Vicente Peñaherrera, amigo de los Espejo; Juan Pablo fue confinado; y Francisco Eugenio de Santa Cruz y Espejo, fue inculpado como el autor y mentalizador principal, por lo cual fue encarcelado. Incluso existe cierta presunción de que tales banderas fueron colocadas por las mismas autoridades para inculpar de ello a Eugenio Espejo, algo que resulta poco creíble.

Lo cierto es que la casa de los Chúshig o Espejo, era un centro de reuniones, que acogía a una elite intelectual quiteña. Eugenio Espejo lideraba el ambiente. Era un crítico de primer orden y las autoridades ya lo tenían como subversivo y peligroso. Sus libros reflejaban esa conciencia. También había sido el primero en publicar un periódico, “Primicias de la Cultura de Quito” (1792), en cuyos números (solo circularon siete) valoró el sentido y la identidad de lo quiteño, que no solo hacía alusión a la ciudad, sino al país que entonces llevaba el nombre de Audiencia de Quito.

Con sus ideas, Eugenio Espejo (1747-1795) fue el mayor exponente del pensamiento ilustrado a fines del siglo XVIII. Con ellas se volvió un precursor de la independencia del país. Sus discípulos fueron quienes ejecutaron la revolución del 10 de agosto de 1809 en Quito, con la que se inició la primera fase del largo proceso de la independencia del Ecuador.

-----------
Visita la página web del Taller de Historia Económica (THE): http://puce.the.pazymino.com

Seguir enTwitter | seguir en Facebook | reenviar a un amigo  
Copyright © 2013 Taller de Historia Económica, Derechos Reservados.

martes, 22 de octubre de 2013

La verdad, la realidad del cambio promovido por la Revolución frente a la manipulación de sus calumniadores

La verdad, la realidad del cambio promovido por la Revolución frente a la manipulación de sus calumniadores
Carlos Midence

Martes, 22 de Octubre 2013

Ante la constante y sostenida avalancha de aprobación de parte del sabio pueblo nicaragüense a los líderes de la Revolución Sandinista, Comandante-Presidente Daniel Ortega y Poeta Rosario Murillo, lo mismo que ante la cantidad de programas socio-productivos que, no sólo han incentivado la economía nacional y mejorado la calidad de vida de miles de familias nicaragüenses, o bien ante el modelo Cristiano, Socialista, Solidario el cual promueve valores y principios fundamentales para el cambio de actitud y conciencia en la ciudadanía, los rescoldos de la derecha y lo que yo llamo, alguno que otro pozo mediático, no les queda más que el invento, la farsa, el escarnio, la mentira, la tergiversación, la manipulación.


No obstante, es importante señalar que el Sandinismo, la Revolución y sus líderes han sido siempre blancos de tales ataques y manipulaciones. Augusto C. Sandino afrontó constantemente vilezas y epítetos que, al final, fueron desmentidos por las acciones, los hechos y la historia de su resistencia. El FSLN en su etapa de lucha en contra de la dictadura somocista, de igual forma fue víctima de señalizaciones malintencionadas las que, en ningún momento tuvieron eco en el pueblo, pues, como bien sabemos, el apoyo total de éste a la causa libertaria nos lo demuestra. Una vez que triunfa la Revolución el escarnio interno de parte de los enemigos del proceso revolucionario y principalmente el encabezado por el imperialismo estadounidense, no se hizo esperar. Sabido es que hasta una de las más cruentas guerras en la región, en contra de la Revolución y su dinámica transformadora fue financiada con dinero de todo tipo.

De igual manera en la peor de las épocas en nuestra historia, como es el período del neoliberalismo/capitalismo salvaje, es decir, los años 90 y parte de los 2000, el Sandinismo no dejó de ser vilipendiado, atacado, sin embargo, una vez más el sabio pueblo, cansado de la barbarie neoliberal, optó por triunfar junto al FSLN y sus líderes indiscutibles Comandante- Presidente Daniel y Poeta Rosario Murillo, para hoy en día cambiar a Nicaragua desde todas las ópticas: social, económica, política, ecológica, espiritual, infraestructuralmente, por ejemplo.

En esta segunda etapa de la Revolución en la que la Reconciliación, la Unidad, el diálogo, el entendimiento son parte de las políticas públicas emanadas por su dirigencia y, aprobadas por el pueblo en mayoría absoluta, los sombríos personeros de la derecha enclaustrados en sus agónicos espacios convocan a unos alzados imaginarios, fantasmáticos, sacados de su vieja y gastada chistera que, mientras más tratan de sacarlos a relucir más se esfuman, de desintegran, desaparecen y sólo queda, lo que Jorge Luis Borges llamaría, los restos de la infamia, dejando en evidencia su malevolencia y ardor en contra del bienestar, la paz, la tranquilidad y estabilidad que disfruta hoy nuestra Nicaragua.


Hay aquí todo un montaje mediático falseado para tratar de entorpecer el avance de una Nueva Nicaragua que, paulatinamente, ha ido superando la pobreza y el hambre: objetivos estratégicos supremos y sin desvío, planteados desde un inicio por los líderes del proceso revolucionario, junto a la población organizada, motivada, incentivada. También se puede clasificar como una fracasada arremetida de parte de los poderes fácticos en nuestro país, los que, tergiversando, manipulando pretenden empañar el rumbo cierto del país. De igual manera, esto sería parte de una matriz ideológica en el sentido fláccido del término, que al estrellarse con la verdad, con la realidad, con los hechos, con las acciones se desvanece, se pulveriza y no pasa de ser rumores malintencionados que caen en el vacío y, más bien caen muy mal en la opinión del pueblo, de la ciudadanía que vive y respira la estabilidad, la seguridad, la justicia y el cambio, la transformación, ya lo dijimos, en todos los campos.


Ahora bien, ante un trabajo granítico de la Revolución Sandinista promovido mediante su modelo de restitución de Derechos y que potencia las capacidades de la gente, en el cual el pueblo confía y, a su vez participa, decide, construye los enemigos de ese proceso no tienen otro camino que la mentira y la vileza. Por todo esto afirmamos que, ante una realidad y verdad promovida por el Gobierno Sandinista, la cual habla por sí misma y en la que la persona, el ser humano, la vida está en primer lugar, los que el Comandante- Presidente Daniel llamó chingastes de la derecha, no la pueden en-redar, pues, las redes que prevalecen son las de la solidaridad, las de la justicia social, las de la dignidad y no las venenosas que los enemigos del proceso no pueden ni podrán sostener frente a unas transformaciones inobjetables, frente a una verdad que las desmiente de forma categórica y contundente.



EL ESCÁNDALO DEL HAMBRE

El derecho a la alimentación entre ecología campesina y producción agroindustrial
EL ESCÁNDALO DEL HAMBRE
José Carlos Bonino

La tierra puede ser vista como una superficie generatriz que nos da hospitalidad, con la cual dialogamos a lo interno de un proceso de reciprocidad e interdependencia, que se funde como proceso natural en la agricultura y tiene como escenario global la biósfera.

O puede ser vista como un valor patrimonial, como un factor económico más de la producción de alimentos, induciendo artificialidad a los procesos naturales con prácticas basadas en una visión compartimentada, mecanicista y a-biótica de la agricultura.

La agricultura de hoy, insuficiente e insostenible

Hoy por hoy, de las 200 mil especies vegetales selváticas según el bio-geógrafo Jared Diamond, sólo algunas miles son idóneas para la alimentación humana y sólo algunas centenas han sido adaptadas al consumo humano.[1] Tres cuartos de los productos alimenticios de todo el mundo derivan de siete especies de plantas: el trigo, el arroz, el maíz, la papa, la yuca, el sorgo y la cebada y, por lo que concierne al ser humano, la mitad del aporte calórico y proteico de los tres primeros cereales.[2]

Por otro lado, la tercera parte de las tierras del planeta son utilizadas para cultivo y pastoreo. A estas actividades se dedican 1,3 billones de personas, mismas que representan la mitad de la fuerza de trabajo mundial.[3] La agricultura consume casi dos terceras partes del agua obtenida de lagos, ríos y fuentes acuíferas en todo el mundo.

Una tonelada de cereales producidos en régimen agroindustrial, en una monocultura con tecnología moderna, exige cerca de nueve veces más energía de la base ambiental (de la bio-capacidad del territorio en cuestión) que la que se demandaría si se utilizaran métodos y técnicas agro sostenibles.

En la actualidad, las prácticas agrícolas no sostenibles sobre-utilizan la base ambiental global. En estas prácticas, el 90% de la energía utilizada directa o indirectamente, proviene de la utilización de productos químicos, maquinaria agrícola y sistemas de riego que aumentan las emisiones de CO2.  Se prevé un aumento de la temperatura superficial global  de 2,4° C en el periodo 2010 – 2020. [4] Se pronostica, además, que la degradación del clima erosione la producción global de alimentos en un 20%; a la vez que se prevé que el número de personas que sufren hambre se incremente de los actuales 925 millones a 1200 millones para el 2025.[5]

Ante al aumento de la demanda alimentaria global, el estrés ambiental que deriva del cambio climático, reduce la capacidad de respuesta tanto del sector agrícola industrial como del tradicional. Además, cerca del 10-12% de la producción mundial de cereales, se desvía de la autosuficiencia y seguridad alimentaria a la producción de agro-combustibles.

Técnica campesina, Revolución Verde y vulnerabilidad alimentaria

La producción agroindustrial vigente ha impulsado la modernización de la agricultura, empernándola en la extrema movilidad de los recursos, para poderlos trasladar de una utilización a otra y responder, así, de modo flexible, a las fluctuaciones de la demanda. En la agricultura, la movilidad de los recursos es lenta. Los agricultores tradicionales son poseedores de recursos inamovibles, en substancial desventaja con relación a la mayoría de las actividades económicas y, más aún, frente a la progresiva desmaterialización y transnacionalización de la economía. La Revolución Verde volvió la agricultura menos eco-compatible en el afán de volverla más industrializada, fraccionando el continuum de la producción de alimentos para convertirla en  algo más voluble. Los costos sociales de esta injerencia se han traducido en vulnerabilidad alimentaria para millones de personas en el mundo.


La moderna producción agrícola, caracterizada por una fuerte mecanización, una producción en régimen de monocultura y orientada a mercados lejanos, afronta las adversidades ambientales, climáticas y agronómicas, recurriendo al uso intensivo de capital y a la manipulación bio química de los procesos de crecimiento en la producción de alimentos. Un ejemplo límite en el cual el ambiente circundante viene excluido casi del todo, se encuentra en el cultivo de verduras en viveros, sobre películas de agua con un grado de nutrientes controlado y un microclima recreado ad hoc.

En el extremo contrario, la técnica campesina tradicional se apoya en la diversificación de las especies cultivadas destinadas, muchas veces, al auto-consumo; al uso de variedades diferentes de la misma especie; a la mano de obra familiar y a los mercados de proximidad; con tecnologías eco-compatibles adecuadas al contexto agroecológico, maduradas y perfeccionadas en el tiempo durante generaciones.

En el actual sistema alimentario, las fases que llevan un producto agrícola desde el lugar de su cultivo en el campo, hasta el lugar donde se consume son generalmente: siembra, cuido, cosecha, transporte primario, almacenamiento, transformación agroindustrial, comercio al por mayor, transporte secundario, comercio al detalle y consumo final. Esta larga cadena de pasajes del llamado circuito largo, constituye uno de los puntos de fractura del moderno sistema de producción, circulación y consumo alimentario: el circuito largo ignora el cálculo de la contaminación que puede verificarse en cada una de estas fases. En la actualidad, cada producto viaja 50% más que en 1979, y nadie paga un impuesto por la contaminación que generan estos traslados. Cerca de tres cuartos del consumo de energía de la cadena alimentaria, se da fuera de las dos primeras y dos ultimas fases (transporte primario, almacenamiento, transformación agroindustrial, comercio al por mayor, transporte secundario) del sistema alimentario moderno.


Además, el circuito largo está caracterizado por una elevada intermediación en la que múltiples actores económicos explotan fragmentos de valor adjunto del articulado proceso, que va del cultivo al consumo y, en particular, a la transformación agroindustrial.

Por lo que concierne a la distribución y al comercio de los alimentos, éstos vienen monopolizados por 4 o 5 cadenas de supermercados,[6] que se reparten el mercado, cuyo poder crece en los países empobrecidos del hemisferio sur.

En este ámbito, la agricultura industrial en régimen de monocultura, con uso intensivo de capital e imput externos, destinado al circuito largo, tiene ventajas ante la producción familiar campesina caracterizada por el uso intensivo de trabajo en un régimen de policultura, con rotación de cultivos y destinada al circuito corto.

La agricultura, vista en una dimensión local, tiene una población o comunidad que pone en práctica toda una serie de conocimientos para interactuar con el entorno, conocimientos que, progresivamente, se van cimentando y acumulando un know how, constituido por experiencias almacenadas en la memoria autobiográfica, primero, y en la tradición local de la comunidad, luego.

Observar el mundo rural a través de la óptica de la eficiencia económica y el productivismo, no habla de los pequeños productores campesinos (entre el 75-80% de la población sobrevive gracias a la producción de subsistencia de los pequeños productores[7]), quienes trabajan la tierra para dar seguridad alimentaria a sus familias; producir sus propias semillas, plantas medicinales, alimentación para sus animales y materiales de construcción para sus casas. De este modo, ellos garantizan su autosuficiencia alimentaria y un lugar en la comunidad, misma en la que se ayudan  mutuamente y pueden ser socorridos en momentos de necesidad.

Los agricultores campesinos invierten sus ganancias en relaciones sociales y destinan parte de los productos de las cosechas o de la cría de animales, a fiestas, matrimonios y funerales, ofrendas  a lo interno de la red comunitaria a la que pertenecen; ello para garantizarse un lugar en la comunidad, con una praxis disciplinada por los mecanismos de control social, orientados a la consecución de equilibrio, pero nutriéndose también por las transformaciones que derivan del conflicto social.

El mundo rural ha sido regulado a lo largo de su historia por una relación de reciprocidad, redistribución e intercambio.[8] Con la irrupción de la modernización de la agricultura, este triangulo eco-compatible ha visto extrapolada una de las esquinas: el intercambio y, a partir de esto, ha sido reelaborado el todo; ha sido realizado un reordenamiento en el cual la ganancia, a través del intercambio, se ha convertido en el ethos de las relaciones alimentarias. Las lógicas subyacentes a la reciprocidad y a la redistribución, han sido reelaboradas junto a su capital simbólico, como el prestigio, la confianza y solidaridad, sucesivamente monetizadas y disciplinadas por el crédito y la deuda. La visión moderna de la agricultura y su lógica no desaparecen lo existente, lo reelaboran y reordenan (como en este caso), instalando una nueva lógica hegemónica acorde a sus intereses, en lugar de la lógica intrínseca que sustentaba el mundo rural.

El empresario agroindustrial tiene bien claro su objetivo: enriquecerse produciendo alimentos y tratar de obtener la máxima productividad inmediata de la tierra. Se trata de dos racionalidades dicotómicas: el saber ecológico-campesino y la lógica económica-empresarial.[9]

La globalización y el epistemicidio de los saberes campesinos tradicionales

Las comunidades campesinas representan un problema para el modelo agroindustrial dominante  y para la doctrina económica que lo fundamenta. Estas comunidades se encuentran en una línea de frontera comportamental; en una línea de confín ilegible, con instrumentos de la economía moderna formal: prefieren la propiedad comunitaria a la propiedad individual; compran y venden poco; no tienen cuentas en el banco, ni tarjetas de crédito; son, pues, números inútiles para las cuentas del gran capital. 

Los promotores de la globalización (al tiempo que convierten la agricultura en algo más y más fragmentado mediante la Revolución Verde), han reservado para los campesinos del hemisferio sur un complejo procedimiento de ingeniería social.[10]


Este proceso, según las diferentes zonas del planeta, comenzó hace tres o cuatro décadas y se agudizó con el Consenso de Washington [11] en 1989, en coincidencia con el final del bipolarismo. Este mecanismo, se inició con el abandono estatal de las políticas de crédito y ayuda a los pequeños productores campesinos; escenario que tuvo su continuidad en el éxodo rural, que ha alimentado la descampesinización y la progresiva urbanización. Sucesivamente, estos trabajadores de la tierra llegados a las metrópolis fueron amontonados en las ciudades en forma desordenada, con la intención de convertirlos en consumidores de mercancías y, sobre todo, de servicios, anteriormente privatizados por el consenso de Washington. Su llegada ocasionó el derrumbe de los salarios urbanos, que incrementó la mano de obra a bajo costo, abriendo las puertas al modelo maquilero en el ámbito de la internacionalización industrial: mercancías que viajan por el mundo en busca de -en su jerga institucional- paraísos laborales, con bajos salarios, débil legislación laboral y gobiernos tolerantes. Paralelamente, transfieren también la sobreproducción agrícola del norte, altamente subvencionada, para competir con la producción local, con poco valor adjunto y muy debilitada por el abandono estatal del campo.

Una revolución hecha a costa del hemisferio sur

A mediados de los años 70, las Naciones Unidas dieron su apoyo a la Revolución Verde en la reunión mundial de la alimentación en 1974 “para eliminar el hambre en el mundo en una década”. La Revolución Verde fue propuesta como la mejor forma de proveer alimentos a una población mundial en crecimiento constante, y prometió, además, el aumento de los  rendimientos gracias al uso intensivo de la química. Una parte considerable de los pequeños agricultores obtuvo rendimientos más elevados gracias a ella; pero este resultado fue alcanzado a costa de la pérdida de la biodiversidad; de la contaminación de los suelos; de los cuerpos hídricos y de la atmósfera. Además, la agricultura industrial barrió las diferentes agriculturas y ecologías locales en el planeta, y produjo una mayor dependencia económica, tecnológica y alimentaria de los países empobrecidos, en relación a los países ricos y, por consiguiente, aumentó la deuda externa.


Para pagar los intereses de la deuda externa, los países empobrecidos se vieron obligados a orientar su producción hacia la agricultura industrial, bajo un régimen monocultivista para la exportación, sacrificando la soberanía alimentaria y la producción interna; así como incrementando la importación de alimentos básicos para sus poblaciones. Además, se vieron obligados a liberalizar sus economías. Tres motivos empujaron a estos países a liberalizarse: algunos porque necesitaban crédito internacional, aceptando en cambio programas de ajuste estructural promovidos por el Banco Mundial y el Fondo Monetario Internacional; otros abrieron sus mercados para entrar en los acuerdos de libre comercio, por miedo a quedar al margen de la “globalización”  o porque convenía a la élite local de turno; un tercer grupo de estos países, se liberalizó en el contexto del Consenso de Washington,[12]  visto como la solución a la crisis de la deuda del sur, en los años ochenta.[13]  

En la fase de las liberalizaciones, los países redujeron sus tarifas y eliminaron las cuotas que protegían la producción autóctona. Privatizando las instituciones estatales que se ocupaban de proteger a los pequeños productores, alimentaron, de hecho, la incapacidad de las políticas publicas internas de incidir en los modelos de oferta alimentaria, ya que buena parte de los instrumentos abolidos, como los subsidios, el poder de compra-venta estatal de cereales (para incidir en los precios del mercado) y la creación de techos de precios para los productos agrícolas (presentes en las canastas básicas de diferentes países), prácticamente, desaparecieron; y las políticas sectoriales, en este ámbito, fueron subordinadas al alcance de los equilibrios macroeconómicos, decididos en los grandes institutos financieros del norte.

La factura social fue pagada por los países de baja renta, en los cuales la agricultura es la base principal de subsistencia para el 50-90% de la población.[14] Esto responde al hecho que los países del hemisferio sur son más vulnerables, ya que utilizan entre el 70-80% de la renta en gastos ligados a la alimentación; es decir que, ante las variaciones de su poder adquisitivo, su renta se erosiona más rápidamente; mientras que en los países ricos, en alimentación, apenas se usa entre el 10-15%.

Las corporaciones y la privatización de la naturaleza

“En marzo de 1998 el ministerio estadounidense de la agricultura y una empresa privada (la Delta and Pine Land) depositaron la patente de una técnica de transgénesis llamada Control de la expresión de los genes: en realidad una planta genéticamente manipulada que produce una semilla estéril. Dos meses después, la Monsanto compró esa empresa y su patente que luego depositó en más de 80 países”.[15]


Este hecho representa un parte aguas y el inicio de la privatización de la biomasa y la  reserva biogenética. No se puede vender a un campesino lo que ya produce (las semillas) o lo que dispone en abundancia de la naturaleza. Representa, igualmente, el punto de fractura a-biótico porque para privatizar una patente, por medio de un programa genético (una variedad de maíz presente en el campo del campesino), es necesario prohibir al agricultor que siembre el grano que cosecha; es decir, que realice la práctica fundadora de la agricultura, expropiando así un bien común propiedad de toda la humanidad.[16] La esterilidad del grano permite a las transnacionales que su programa genético sea prisionero, es decir que se autodestruya en el campo del campesino.

Las transnacionales que se dedican al negocio de la mercerización de la reserva biogenética tienen un poder cada día más incisivo sobre la seguridad alimentaria; este poder, además, está concentrado en pocas transnacionales: las tres más grandes (Monsanto, Dupont, Syngenta) controlan el 47% del mercado mundial de semillas patentadas.[17]

En la actualidad se asiste al creciente poder de los grandes carteles internacionales de la alimentación, de decidir qué producir y en qué cantidades, ejerciendo su poder fáctico en el frágil sistema alimentario mundial, sobre todo en los países más empobrecidos,  caracterizados por vulnerables realidades locales, muchas veces semi-analfabetas, de trabajo artesanal y comercio informal. De este modo, disponen de un recurso casi igualmente peligroso y estratégico que las armas: el acceso a la alimentación.

Hace tres décadas eran miles las compañías de distribución de semillas, instituciones públicas de mejoramiento de simientes, hoy existen sólo diez grandes corporaciones que controlan más de dos tercios de la venta de semillas.

De decenas de industrias de abono que operaban en el mercado hace tres décadas, hoy, apenas tres controlan el 90% de las ventas de agroquímicos en el planeta.[18] De casi mil industrias en el sector de la biotecnología hace quince años, actualmente diez concentran más de tres cuartos de las ganancias, con una posición hegemónica en el mercado.

Según la FAO,[19] 30 millones de dólares al año serían suficientes para reducir a la mitad, antes del 2015, el numero de personas que sufren de hambre; es decir, menos de una décima parte de las subvenciones acordadas para la agricultura de los países ricos del hemisferio norte.[20] Las estimaciones de la FAO afirman que al final del 2010 habían 925 millones de personas con desnutrición, de las cuales, el 98% se concentra en los países empobrecidos.

Se trata de un problema estructural, de la dificultad en el poder de compra de esa tercera parte de los habitantes del planeta, quienes ganan menos de dos dólares al día. Al mismo tiempo, Jean Ziegler, ex relator de las Naciones Unidas  para el derecho a la alimentación, afirma que la agricultura actual podría alimentar a doce billones de personas; el doble de la población actual.
  
En el ámbito del desmantelamiento del estado nacional, de la privatización de sus sectores estratégicos y de la transnacionalización de la economía, las tendencias centrífugas de la globalización expulsan cada día a más personas del contrato social, [21] situación que no favorece la tutela de la soberanía económica y alimentaria. En este contexto, los estados-nación se han convertido en un actor más en el cuadro geopolítico de una basta gama de redes transnacionales. El ingreso de grandes transnacionales en el mercado terriero ha provocado una fractura en la soberanía nacional. La agenda agrícola rural en la actualidad está siendo dictada por los intereses del agrobusinnes y esta alimentando el global land grab,[22] una especie de subarrendamiento de millones de hectáreas de tierras nacionales (en países como Etiopia, Camboya, Mali, Filipinas) que están terminando en manos de inversionistas privados, coludidos con las élites gobernantes de estos y otros países empobrecidos del Sur.   

Los fertilizantes sintéticos y el abandono de la policultura

La modernización de la economía agrícola y la Revolución Verde han llevado a la utilización masiva de fertilizantes sintéticos y al abandono progresivo de la policultura. Las consecuencias han sido numerosas: fractura del ciclo natural a causa de la sobreutilización de la tecnología; la intensificación del uso de agua, de la energía y del suelo; pérdida de la agrodiversidad;  pauperización de los conocimientos campesinos; éxodo rural y sucesiva descampesinización; crecimiento demográfico urbano, concentración de la propiedad y proletarización de la clase campesina; interdependencia alimentaria entre los hemisferios norte y sur, y la consiguiente vulnerabilidad del tríptico: seguridad, autosuficiencia y soberanía alimentaria.


Además, se empieza a hablar de “epistemicidio de los saberes milenarios campesinos” [23] ligados a la producción de alimentos. La agronomía y las políticas de desarrollo se han edificado en el desconocimiento de los saberes tradicionales, que se pierden a medida que el éxodo rural quiebra el nexo entre campesinos y tierra; como resultado, el 70% de la población más pobre en el mundo, vive y trabaja en áreas rurales.[24]

La lógica económica neoliberal imperante ha promovido una agricultura de régimen monocultivista. Esta lógica ha provocado una fractura en el ciclo natural, obstaculizando la lucha contra los parásitos de las plantas, ya que la misma ignora la tendencia de la naturaleza a sostener la biodiversidad, provocando la desaparición de los antagonistas naturales. Los monocultivos son raros en la naturaleza, además de ser verdaderos paraísos para las enfermedades de las plantas y la proliferación de los insectos. Actualmente, los cultivos del planeta se ven afectados por estas enfermedades que destruyen el 13% de los mismos; el 15%, por los insectos y el 12% por las malas yerbas,  para llegar a un total de cerca del 30%.[25]

Como respuesta al aumento de la resistencia de las plantas a los pesticidas y al empobrecimiento del suelo, los mismos que promovieron la Revolución Verde, hoy proponen una solución a través de la nanotecnología,[26] la ingeniería genética y la biología sintética.[27] Esta revolución genética tiene como objetivo la expropiación y el monopolio del acceso y control de los recursos vivos; además del conocimiento asociado a patentes. En la visión de sus promotores, la combinación del aumento de la población y el colapso de los ecosistemas, nos ponen ante una situación de “emergencia tecnológica”, en la que las corporaciones agroalimentarias y sus centros de investigación deben tener la libertad de usar la ingeniería genética y la biología sintética como instrumentos de bio-seguridad; ello con el objetivo de adaptar cultivos y animales de cría a las variables condiciones climáticas. Al mismo tiempo, se deben desarrollar los agro-combustibles para proteger el status quo ante la crisis que se producirá por el eminente fin del petróleo, sobre el cual ha sido fundado nuestro desarrollo y nuestra tecnología.

Como resultado, tenemos la mercerización de la biomasa que, según Path Mooney del movimiento canadiense ETC,  más de un cuarto de ésta es ya mercadería.[28]

En los últimos siete años, en efecto, la especulación de los alimentos ha contribuido a exacerbar la compleja geografía del hambre planetario. Luego de la crisis financiera en el hemisferio norte, ha ocurrido el derrumbe de las acciones, títulos y formas de inversión tradicionales. Después de una intensa campaña conducida por los Lobby de los bancos, políticos liberales y fondos de inversión, las materias primas, en particular las alimentarias más seguras (por seguras se entiende aquéllas indispensables para la sobrevivencia), se han convertido para los inversionistas de la bolsa en un “buen refugio” como sucede con el oro en periodos de carestía; ocasionando, en consecuencia, la inestabilidad de los precios. Los instrumentos financieros derivados como los future, inventados como instrumentos de cobertura contra los riesgos comerciales, se han vuelto un medio para apostar sobre la tendencia de los precios de los alimentos, que han pasado de ser alimentos para nutrirnos a un asset financiero.

Los grandes bancos implicados como la Goldman Sachs, Bank of America, Citibank, Deusche Bank y Hsbc[29], realizan intermediaciones entre el producto real, los especuladores y una élite que representa al 1% de la población mundial, con el objetivo de generar grandes ganancias. Entre los grandes bancos, los intermediarios financieros y la economía real de los pequeños productores tradicionales (que en el mundo garantizan la alimentación de entre el 75 y 80% de la población [30]), se interpone  una distancia sideral; como se expresa por ejemplo, entre una pequeña parcela de tierra de un país en el sur y las oficinas, con sus relucientes pisos de mármol, de la bolsa de Chicago, mismas en la que, en fracciones de segundo, se mueven virtualmente miles de toneladas de granos básicos, arroz, maíz, trigo, sin que un sólo grano se mueva de los conteiner donde se encuentran almacenados. Un reciente informe de la FAO y del OCSE afirma que el precio de las materias primas en la próxima década tenderá a crecer entre un 15% y un 40% en el periodo entre 2010 y 2019, respecto al periodo 1997-2010.[31]

¿Fantasías románticas?

Hoy en día, entrados a la curva descendente de la producción y disponibilidad mundial de petróleo, la agricultura industrial viene privada de su elemento fundante, el carburante fósil a bajo precio. Así las cosas, prepararse para el cambio, dirigiéndose a una agricultura post-fósil [32] podría ser el inicio de la solución. Misma en la que el uso de la química no sea necesario, gracias a la rotación de los cultivos y a la diversidad de las especies en la misma parcela; se tenga mayor cuido de la interdependencia entre los diferentes tejidos vitales del ecosistema donde se cultiva¨; una migración paradigmática hacia sistemas agrícolas bio-diversificados y respeto a las especificidades locales.


Criticar el modelo industrial de producción agrícola no presupone un regreso romántico a la tierra; ni una invitación a convertirnos todos en campesinos; más bien, significa reflexionar sobre los efectos alterantes que la agricultura industrial ha ocasionado en un planeta con recursos limitados; así como un llamado a asumir nuestras responsabilidades individuales ante la agricultura y la sostenibilidad. Lo que sucede en la agricultura tiene efectos en la nutrición, en la salud, en la igualdad de género y en la estabilidad social. En nuestro tiempo, se está asistiendo al desmantelamiento de la agricultura sostenible, de los sistemas alimentarios locales y del entramado social y comunitario, en los cuales dicha agricultura reposa; situación que está empujando a poblaciones enteras a la vulnerabilidad alimentaria y, por ende, social.

Nos encontramos ante dos modelos antitéticos de subsistencia, que la Vía Campesina ha sintetizado como el Episteme del conocimiento científico versus la Mentis de los agricultores locales. Ante dos modelos agrícolas y alimentarios en el que uno debe prevalecer sobre el otro, la decisión es política y, antes que política, ética. El problema del derecho a la alimentación como el de todos los derechos humanos “no es justificarlos, cuanto protegerlos, no es un problema filosófico sino político”.[33] Por esto, sus soluciones  no serán científicas, ni técnicas, sino políticas.

El hambre, enfermedad psicofísica invalidante, es el fragmento de un rompecabezas más complejo, en el cual convergen las vulnerabilidades de nuestro tiempo.


Notas:

[1] Jared Diamond, Guns, Germs and Steel, The Fates of Human Societies, 1997; Armi, acciaio e malattie, Einaudi, Italia 2005.
[2] Paul Hawken, Amory Lovins e Hunter Lovins, Capitalismo Naturale Edizioni Ambiente, Italia, 2001
[3] Luca Colombo, Fame produzione di cibo e sovranità alimentare, Jaca Book, Italia, 2002
[4] Intergovernmental Panel on Climate Change: http://www.ipcc.ch/
[5] Fao, The State of Food Insecurity in the World 2010, scaricabile dal sito www.fao.org.
[6] Stéphane Parmentier, Improvvisamente apparve la fame, Le Monde Diplomatique, Italia, 2009
[7] Riccardo Bocci, Giovanna Ricoveri, Agri-Cultura. Terra Lavoro Ecosistema, Bologna Emi, Italia, 2006
[8] Karl Polanyi, La grande trasformazione, Giulio Einaudi editori s.p.a. Italia, 1974.
[9] Víctor M. Toledo, La racionalidad ecológica de la producción campesina. En E. Sevilla Guzmán y M. González Molina (eds), Ecología, Campesinado e Historia. La Piqueta, España, 1993.
[10] Vandana Shiva, The violence of the green revolution: Third World agriculture, ecology, and politics, 1992, pag. 20.
[11] El llamado «Consenso de Washington» es producto de un acuerdo consensuado entre representantes del complejo político-económico-militar-intelectual (BM, FMI, BID, Reserva Federal EUA, Agencias Económicas del Gobierno EUA, funcionarios del Gobierno EUA, miembros del Congreso y grupo de expertos) con relación a diez instrumentos de política que se pueden agrupar en cinco ámbitos: El paquete fiscal (disciplina fiscal, focalización del gasto público y reforma tributaria); el paquete financiero (liberalización financiera y prudente supervisión); el paquete del sector externo (tipos de cambio competitivos, políticas comerciales liberalizadas, eliminación de los aranceles y fomento a la inversión extranjera directa), y el paquete de la Reforma del Estado (privatización de las empresas públicas, desregulación de la economía y garantía para los derechos de propiedad intelectual) (Moreno, 2004).
[13] ibidem.
[14] Wolfgans Sachs, Tilman Santarius, Commercio e agricoltura. Dall’efficienza economica alla sostenibilità sociale e ambientale, Emi, Italia, 2007
[15] Jean Pierre Berlan (ed.) La guerra al vivente, organismi geneticamente modificati e altre mistificazioni scientifiche, Editorial Bollati Boringhieri, Italia, 2001,
[16] ibídem.
[17] Gruppo ETC, De quien es la naturaleza: El poder corporativo y la frontera final en la mercantilización de la vida. Noviembre 2008.
[18] ibídem.
[20] Stéphane Parmentier, Improvvisamente apparve la fame, Le Monde Diplomatique- Il Manifesto, Italia, 2009
[21] Saskia Sassen. Critique de l’état, Territoire, Autorité et Droits, de l’époque médiévale à nos tours. Editorial, Demopolis, France, 2009.
[22] Del verbo to grab, agarrar, arrebatar.
[23] Silvia P. Vittoria, Via Campesina 2009.
[24] Wolfgans Sachs, Tilman Santarius, Commercio e agricultura. Dall’efficenza economica alla sostenibilità sociale e ambientale,. Emi, Italia, 2007.
[25] Paul Hawken, Amory Lovins e Hunter Lovins, Capitalismo Naturale. Edizioni Ambiente, Italia, 2001.
[26] ¿Qué pasa con la nanotecnología? Regulación y geopolítica.  Grupo ETC; vigilando el poder, monitoreando la tecnología, fortaleciendo la biodiversidad.
[27] La biología sintética representa un salto cuántico en biotecnología, mucho más allá de transferir genes entre especies: busca construir microorganismos vivos auto-replicantes, completamente nuevos, que tengan el potencial (parcialmente probado / parcialmente teórico) de convertir cualquier biomasa o insumo de carbono en cualquier producto que pueda fabricarse a partir de carbono fósil, y mucho más. En otras palabras, desde la perspectiva de la biología sintética, el recurso base para el desarrollo de materiales comercializables y “renovables“ (que no sea petróleo) no lo encontramos solamente en el 23.8 % de la biomasa terrestre que ya se usa y comercializa anualmente, sino también en el restante 76.2% de biomasa que ha permanecido hasta hoy fuera de la economía del mercado. LINK: http://www.etcgroup.org/sites/www.etcgroup.org/files/synbio_ETC4COP11_esp_v1.pdf
[28] Los amos de la biomasa en guerra por el control de la economía verde, Junio 2012   http://www.etcgroup.org/sites/www.etcgroup.org/files/biomassbattle_US_esp_v5_4print3Sep2012.pdf
[29] Andrea Baranes (ed.), Scommettere sulla fame, crisi finanziaria e speculazioni su cibo e materie prime. Fondazione Culturale responsabilità Etica, Dicembre 2010, Italia.
[30] Riccardo Bocci, Giovanna Ricoveri, Agri-Cultura. Terra Lavoro Ecosistema, Emi, Italia, 2006.
[31] Oecde and Fao, Average commodity prices to rise in 2010-2019, http://www.agri-outlook.org/
[32] Commercio e agricoltura: dall’efficienza economica alla sostenibilità sociale ambientale (a cura di) Wolfgans Sachs, Tilman Santarius. Emi Italia, 2007.
[33] Norberto Bobbio, L’età dei diritti, Einaudi editore, Italia, 2005

Seguidores

Vistas de página en total